É cada vez maior o número de médicos, clinicas de especialidades e outras organizações de saúde que usam o marketing digital e as redes sociais para ampliar sua presença na web e aumentar o fluxo de pacientes no consultório.
Gostemos ou não, o fato é que os profissionais de saúde não alinhados com esses recursos deixam de lado grandes oportunidades e correm o risco de perder espaço para a concorrência num piscar de olhos.
Mas existem precauções a serem tomadas.
Se por um lado as redes sociais permitem que médicos divulguem e compartilhem informações úteis e descompliquem o relacionamento com os pacientes, todo cuidado é pouco no que se refere às normas do Conselho Federal de medicina para o chamado Marketing Médico. O mesmo vale para a superexposição nas plataformas virtuais. Contar com a ajuda profissional para esse trabalho é de suma importância.
É difícil apontar uma única rede social como a “melhor” para a estratégia de clínicas médicas e profissionais de saúde. Mas isso não quer dizer que é preciso estar presente em todas. Cada uma tem suas características e servem para um tipo de ação.
Facebook e Instagram
O Facebook tem hoje cerca de um bilhão de usuários registrados. É a maior rede social da atualidade e a preferida dos brasileiros, seguida de perto pelo Instagram. Embora com um volume tão grande de clientes em potencial, esses números têm embutidos uma enorme concorrência pela atenção dos usuários.
O Instagram, por sua vez, é a rede social que mais cresce no Brasil e pode ser um espaço de divulgação muito valioso. Tem atualmente mais de 600 milhões de usuários. É um aplicativo de fotos, mas também utilizado para divulgar informações de utilidade pública e é uma boa ferramenta de interação. Recursos como o Stories, quando utilizados dentro dos parâmetros determinados pelo Conselho Federal de Medicina, ajudam a humanizar a figura do médico e servem ainda como fonte de informação sobre prevenção e tratamento de doenças.
YouTube
Muitos médicos brasileiros já utilizam o Youtube a algum tempo de forma profissional e fazem enorme sucesso nas redes.
Mas isso não aconteceu do dia para a noite.
Os vídeos são usados para esclarecer dúvidas comuns sobre as especialidades, abordam a prevenção de doenças e promovem debates com outros médicos.
Existe ainda o recurso das “lives”, muito utilizado por médicos e clinicas e outros profissionais da saúde que podem acontecer tanto via facebook, quanto instagram e Youtube. São incríveis para interação direta e fortalecimento da imagem do profissional, já que os médicos respondem e comentam ao vivo as dúvidas dos pacientes.
Para garantir que o resultado reflita o profissionalismo da clínica, o ideal é contar com o apoio de pessoal especializado na captação e edição de imagens. Vídeos improvisados, fora do ambiente profissional ou com baixa qualidade devem ser sumariamente eliminados, pois comprometem a imagem e a credibilidade.
Usando bem as redes
O Conselho Federal de Medicina proíbe a utilização de redes sociais para a divulgação de preços e formas de pagamento, bem como para a realização de promoções. O mesmo vale para fotos que mostram o “antes e depois” de cirurgias, tratamentos e procedimentos estéticos, que são proibidas pelo CFM ainda que a clinica tenha a autorização do paciente.
Outra recomendação é que o médico inclua seu nome, CRM, título de especialista – caso esteja registrado no Conselho – e estado onde exerce a profissão e está inscrito no Conselho, podendo incluir seu e-mail, telefone e outras formas de contato.
Cuidados nas postagens
As postagens precisam ser constantes e obedecer a uma lógica: podem ser diárias, semanais ou em dias alternados, por exemplo. Fazer muitas postagens em um único dia e depois passar semanas sem publicar nada dificulta a fidelização do público e aumenta as chances de cair no esquecimento.
Para facilitar o trabalho, os gestores de marketing digital podem preparar um calendário editorial, com os dias da semana em que pretende publicar e os assuntos que serão abordados. Outra boa estratégia para ampliar a fidelização é manter postagens ou eventos em determinados dias da semana ou do mês.
Um pediatra, por exemplo, pode postar no Instagram uma série de dicas sobre amamentação e recém-nascidos toda terça-feira ou fazer uma live no Facebook para esclarecer dúvidas todas as sextas-feiras.
Credibilidade
Um dos maiores ativos dos profissionais de medicina é a credibilidade. Por isso, a presença dos profissionais de saúde nas redes sociais precisa ser impecável. Comportar-se de maneira inadequada no ambiente digital compromete seriamente a tanto a imagem do profissional quanto da clínica ou consultório.
“Muito importante evitar postagens pessoais, especialmente sobre assuntos não relacionados à área médica, recomenda Augusto Afonso da Agência Influência. “Posicionamentos políticos, religiosos ou sobre questões polêmicas devem ficar longe das redes. É essencial ouvir a audiência. Responder dúvidas dos seguidores e agradecer os elogios é algo precisa ser feito sistematicamente. Da mesma maneira, um profissional da área da saúde jamais deve deixar críticas e reclamações sem resposta. “O ideal é agradecer o contato publicamente e com gentileza e solicitar que a interação prossiga via inbox ou outro canal privado.”
Augusto Afonso recomenda ainda cuidados especiais com as imagens. “Imagens desfocadas e com baixa definição passam a impressão de desleixo e amadorismo”; diz ele. “Evite ainda imagens retiradas de para sites de busca como o Google, já que elas podem estar protegidas por direitos autorais. Atenção redobrada também com erros gramaticais, e ortográficos e de digitação”, conclui.