Até há pouco tempo, a divulgação do trabalho de profissionais da saúde, médicos, clínicas de especialidades e instituições prestadoras de serviço na área era percebida com sérias reservas pelo mercado e pelo público e sempre esteve apoiada nas indicações, no boca a boca e na formação dos profissionais.
Mas a era da tecnologia e os novos paradigmas digitais mudaram tudo – ou quase. Hoje, mais do que nunca, as pessoas buscam informações sobre aquilo que precisam antes de fazer escolhas. No momento em que o potencial paciente quer solucionar o seu problema ou entender o que está acontecendo com ele ou pessoas próximas, é comum o hábito de pesquisar em sites, blogs ou redes de busca. Por este motivo, o conteúdo surge como a “medicação” mais potente e indicada, desde que prescrito com altas doses de ética e informação qualificada.
Disponibilizar, continuamente, conteúdos de grande utilidade sobre suas especialidades e sobre os quais as pessoas costumam pesquisar é um dos principais caminhos. Dessa forma, constroem autoridade e criam um relacionamento cada vez mais próximo com seu público. Essa metodologia totalmente pautada no conteúdo chama-se Inbound Marketing.
Augusto Afonso, CEO da Agência Influência, com ampla experiência em marketing para área de saúde no Brasil e em Portugal, explica porque o conteúdo é o principal pilar de toda boa estratégia de marketing digital.
“Além de conferir autoridade aos profissionais e esclarecer dúvidas, essa estratégia respeita a legislação, a ética e as normas de conduta que regem as profissões da saúde. A lei não permite que se ofereça ou empurre produtos e serviços de saúde como um produto qualquer ou maneira agressiva. Mas valoriza a informação bem trabalhada e de utilidade pública”.
Foco e assertividade
Outro cuidado essencial na hora de preparar o conteúdo para a área de saúde é jamais deixar de pensar que o público são pessoas leigas. Mais do que em qualquer outra área, é fundamental que o texto para área médica seja didático, correto, envolvente, com linguagem fácil e do cotidiano das pessoas, e não repleto de termos médicos ou acadêmicos.
Nessa missão, o apoio de uma consultoria experiente em marketing digital e produção de conteúdo especializada em saúde faz toda diferença. “Ajuda profissional nesse caso é importante não só para a elaboração da estratégia, produção dos conteúdos ou a otimização dos sites com o uso dos motores de busca. Mas também no acompanhamento sistemático da mensuração dos resultados, redefinindo a rota no momento em que se faça necessário. “É um trabalho minucioso”. Requer especialização, análise e toma tempo. Mas é sem dúvida muito eficaz. Vale à pena,” afirma Augusto Afonso.
Normas de conduta
As regras de ética e conduta na área de saúde são, de forma geral, bem mais rigorosa que nas outras atividades. Conhece-las não só facilita a estruturação de um bom planejamento estratégico, mas evita problemas. Confira o que diz o CFM – Conselho Federal de Medicina para o marketing digital.
1 – FOTO DE PACIENTES
Mesmo com autorização do paciente, é terminantemente proibido usar fotos em materiais de divulgação dos tratamentos realizados. O uso de fotos apenas é admitido em trabalhos científicos, perante a autorização do paciente.
2 – DIVULGAÇÃO EM REDES SOCIAIS
Desde 2015 é permitida a divulgação do endereço e telefone da clínica em redes sociais. As publicações, no entanto, não podem ter um tom sensacionalista e muito menos garantir resultados de tratamentos.
3 – DIVULGAÇÃO DE EQUIPAMENTOS UTILIZADOS
As clínicas médicas podem anunciar os equipamentos usados nos tratamentos, desde que fique claro que tais equipamentos não são garantia plena de sucesso do mesmo.
4 – DIVULGAÇÃO DE TÍTULOS E SOCIEDADES MÉDICAS
O médico pode divulgar os seus títulos de especialista e o registro no CRM local no Marketing Digital para clínicas médicas. Porém, a menção deve se restringir a duas especialidades, no máximo.
5 – EXPRESSÕES VETADAS
É preciso tomar cuidado com expressões como “o melhor”, “o mais eficiente”, “resultados garantidos” e “o único capacitado” nas divulgações. Isso porque estes termos são considerados como sensacionalistas e podem caracterizar propaganda enganosa. A clínica médica também não pode oferecer nenhuma garantia de resultado nos tratamentos. Afinal, cada organismo reage de uma forma e não é possível prever com certeza o que acontecerá com os pacientes.
6 – PARTICIPAÇÕES EM ENTREVISTAS
Os médicos não podem participar de anúncios de produtos ou marcas comerciais. No entanto, é possível dar entrevistas a órgãos de imprensa com o intuito de esclarecer a sociedade.
Com isso, o profissional não pode se autopromover ou disponibilizar os contatos de suas clínicas. Tampouco, deve tentar captar pacientes para a clínica durante as entrevistas.
7 – DIVULGAÇÃO DE PREÇOS
Não é permitida a divulgação de anúncios que informem preços ou formas de pagamento de tratamentos ou oferecer descontos ou promoções de serviços.
8 – BLOG MÉDICO
De acordo com o CFM, o blog é uma ferramenta de disseminar o conhecimento científico da área médica. Portanto, essa iniciativa é encorajada, desde que o conteúdo tenha um caráter informativo.
Aqui, é importante ressaltar que o blog não pode ser usado para qualquer tipo de consultoria ao paciente. Ficando restrito apenas à informação.